terça-feira, março 08, 2011

É mesm o necessário trocar, comprar, tirar?


O documentário mostra como a internet e uma crescente consciência ecológica baseada na sustentabilidade vem atuando pra alterar esse estado de coisas. Usuários de impressoras encontram softwares online que desativam chips implantados nas máquinas pelos fabricantes e que as fazem travar quando determinado número de cópias é atingido. Nos EUA, um grupo de consumidores processou a Apple devido aos primeiros ipods. As baterias duravam muito pouco e o fabricante forçava os usuários a trocarem de aparelho, uma vez que não havia baterias pra troca. Ao final, a empresa aumentou a tempo de vida das baterias e os usuários foram compensados. E a Apple se diz tão “verde”, não?...
O primeiro exemplo do uso da política da OP foi a lâmpada. No tempo de Thomas Edison, o tempo médio de vida duma lâmpada era de 1500 horas. Na década de 1920, esse tempo aumentara pra 2400. Precisamente nessa época, um cartel de fabricantes decidiu tomar medidas pra que os engenheiros desenvolvessem produtos com vida reduzida, até atingir a média de 1000 horas.
Já no fim do século XIX, um fabricante norte-americano inventara um filamento que poderia durar décadas. Em 2001, comemorou-se 100 anos duma lâmpada californiana. Detalhe: ela estava acesa ininterruptamente durante um século! A fórmula pra esse prodígio de economia de material morreu com seu fabricante, mas a possibilidade de produzir produtos longevos existe. Na antiga Alemanha Oriental, uma lâmpada que poderia ficar acesa por 100 mil horas foi patenteada. Nenhum fabricante ocidental interessou-se em produzi-la. Com a queda do Muro de Berlin e a capitalização do mundo comunista, o produto virou peça de museu do tempo da economia planificada pelo estado.
A economia baseada na descartabilidade desenfreada repousa numa contradição fatal pro planeta: a produção pode ser sem fim, mas as matérias-primas e os locais pra estocagem das montanhas de lixo resultantes são limitados.

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