sábado, fevereiro 15, 2014

Tinta com biomassa absorve som e reduz chamas

Com informações da USP - 13/02/2014
Tinta com biomassa absorve som e reduz chamas




















O que mais surpreendeu os pesquisadores foi a resistência da tinta com biomassa às chamas.
[Imagem: USP]


Um grupo de pesquisadores da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da
USP desenvolveu uma tinta que utiliza bagaço e palha da cana-de-açúcar
como aditivo.
E, além de decorar, a nova tinta melhora significativamente a
absorção de som e diminui a propagação do fogo em um eventual incêndio -
ao contrário das tintas látex normais, que são inflamáveis.
Como aproveita materiais que hoje são descartados ou subutilizados em
substituição a derivados do petróleo, a tinta ainda tem como vantagens o
menor impacto ambiental e um custo mais baixo.
"A escolha do bagaço e da palha da cana se justifica pela abundância
nas regiões canavieiras e que, hoje, são rejeitos da indústria agrícola e
precisam de uma destinação. Além disso, a substituição parcial do
petróleo pela fibra natural reduz o custo de produção e o impacto
ambiental quando o material for descartado," explica o professor Ângelo
Capri Neto.

Tinta antirruído e antichama

A maior preocupação era se a adição da biomassa à tinta poderia influenciar na aderência do produto acabado.
"O resultado mostrou que não e, a partir daí, investigamos algumas
outras propriedades do produto, tais como alteração da textura, absorção
de sons e propagação de chamas após a aplicação do produto," disse
Ângelo.
O pesquisador afirma a melhor absorção do som já era esperada, uma
vez que ocorreu uma mudança da textura da tinta com a adição dos
rejeitos da cana - o produto apresentou um aumento significativo de
absorção de som (15 decibéis) em relação à tinta sem aditivos (10
decibéis).
O que mais surpreendeu os pesquisadores, contudo, foi a resistência do produto às chamas.

"A tinta látex é altamente inflamável. Então, se ocorrer um incêndio
em um ambiente pintado com a tinta, a propagação da chama será alta.
Percebemos que a palha da cana criou uma barreira, retardando esse
efeito", disse o professor Ângelo.
Outro resultado do trabalho da equipe foi a utilização da lignina -
uma macromolécula obtida do fracionamento do bagaço e da palha - para
produção de resina fenólica e também para compor a formulação de tintas.

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