Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/01/2012
Os discos experimentais foram feitos de materiais como borracha, cera de abelha, vidro, folhas de estanho e latão. Alguns mal sobreviveram ao primeiro século. [Imagem: Smithsonian/LBL] Pré toca-discos
Foi necessário usar as mais modernas técnicas ópticas de imageamento para recuperar as gravações sem correr o risco de danificar os discos originais.
Os discos Volta - gravados no Laboratório Volta entre 1881 e 1885 - são o resultado dos primeiros experimentos de gravação de sons, realizados por Alexander Graham Bell, Chichester Bell e Charles Sumner Tainter.
São os precursores do fonógrafo, que seria inventado em 1877, e que, com pequenas modificações, sobreviveu até poucas décadas atrás, com os discos de vinil e os toca-discos.
Ao final dos experimentos, os cerca de 200 discos foram cuidadosamente empacotados e doados ao Museu Smithsoniano - e, com poucas exceções, nunca foram tocados de novo.
Pré vinil
Como o risco de danificar os discos é inaceitável, os cientistas tiveram que desenvolver técnicas ópticas: gerar imagens tridimensionais dos discos e criar programas de computador capazes de transformar os "sulcos digitais" em sons.
"Essas gravações foram feitas usando vários métodos e materiais, como borracha, cera de abelha, vidro, folhas de estanho e latão, à medida que os inventores tentavam encontrar um material que mantivesse o som gravado," explica Carlene Stephens, que ajudou a decodificar os sons.
Os cientistas não sabiam o que estava gravado em cada um dos discos e cilindros, com exceção de algumas inscrições nos próprios discos.
Agora eles já sabem o conteúdo de pelo menos seis deles, conforme os seus esforços dão os primeiros resultados práticos.
A técnica óptica cria uma imagem de alta resolução de cada um dos discos que, a seguir, é processada para gerar um mapa topográfico da superfície, com seus sulcos e ranhuras. [Imagem: Fadeyev et al./J.Audio Eng.Soc.]
Os cientistas tiveram que desenvolver um toca-discos especial, uma espécie de robô, chamado Irene, capaz de girar os discos com cuidado e na velocidade adequada aos equipamentos de captura das imagens.
A técnica óptica cria uma imagem de alta resolução de cada um dos discos que, a seguir, é processada para gerar um mapa topográfico da superfície, com seus sulcos e ranhuras.
Um programa especial calcula o movimento de uma agulha - como as usadas para tocar discos de vinil - movendo-se entre as ranhuras do mapa digital.
O resultado é um arquivo de som digital padrão.
Como esperado, a qualidade do áudio experimental é muito baixa - assim como a retórica dos inventores: as gravações dizem coisas como: "Maria tinha um pequeno carneiro", "Hoje é 11 de março de 1885" e "Barômetro".
Os pesquisadores agora planejam usar os equipamentos desenvolvidos durante a pesquisa para recuperar as gravações dos demais discos históricos, assim como de outras coleções de áudio mantidas por museus.
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